Segue abaixo um artigo bem interessante publicado pela Gazeta do povo por Luciane Horcel
O povo receptivo e simpático faz com que a estada dos turistas em Montreal seja bem calorosa, mesmo com os termômetros marcando 20°C abaixo de zero
Observar os montrealenses pode ser o melhor caminho para entender e conhecer um pouco desse lugar onde há duas línguas-mães. Além da simpatia já conhecida (os canadenses adoram estrangeiros e são excelentes anfitriões), o povo de Montreal é formado por uma mistura de nações. É possível encontrar pessoas de 20 nacionalidades diferentes em um único bairro. Gente de todos os cantos e com diferentes culturas se encaixa na colcha de retalhos da cidade que tem como fio de costura a forte influência francesa. A presença do país europeu não está só no idioma de biquinho charmoso, mas também na arquitetura de várias casas, restaurantes e na culinária da região. Aliás, comer está entre as prioridades dos locais. “Em primeiro lugar, está o hóquei, em segundo a comida. Depois vem o hábito de pedalar (cinco mil bicicletas são usadas no verão), dançar e fazer sexo. Comemos muito por aqui, mas não somos gordos por causa das nossas outras quatro prioridades...”, brinca a guia.Para conhecer algumas das muitas possibilidades de diversão, preparamos um tour de 24 horas em Montreal. O contato com o povo local e os atrativos vão fazer com que você programe muitas outras longas horas na cidade... Amusez-vous, enjoy it ou divirta-se!
9:00
Diferente de outras cidades da América, não se vê um montrealense correndo pelas ruas, segurando um Starbucks (café) nas mãos. Para os canadenses, o petit déjeuner (desjejum) e as demais refeições precisam ser apreciadas com calma e prazer. Omeletes e croissants são servidos em várias padarias e confeitarias da cidade, mas o chocolate quente da La Maison Cakao- Chocolaterie pode ser uma experiência inesquecível para se começar o dia. Com o sabor de uma trufa derretida, a bebida (CAD$ 2,75) desperta os mais profundos suspiros.
Serviço:
La Maison Cakao - Chocolaterie. 5090, Rua Fabre (Angle Laurier), H2j, 3w4, Montreal. (514) 598-2462.
10:00
Mesmo com o frio rigoroso, é possível ir a parques em Montreal e, acredite, até passar calor lá dentro. Dentro do Parque Olímpico (foto 1), há o espaço denominado Biodome, que recria quatro tipos diferentes de ecossistemas: ambiente polar; floresta tropical; floresta boreal (Laurentian) e a vida marinha do Rio St. Lawrence. No passeio, o visitante sente a temperatura de cada um dos ambientes e pode apreciar a flora e fauna de cada ecossistema. Prepare-se para tirar os muitos casacos, toucas e luvas quando passar pelo clima tropical – o calor (nosso velho conhecido) é de matar. O parque ainda conta com o estádio, onde acontecem jogos e shows, e a bela vista panorâmica da mais alta torre inclinada do mundo.
Serviço:
Parque Olímpico. 4141, Avenue Pierre-de Coubertin, H1V, 1B3, Montreal. Das 9 às 19 horas. Informações: (514) 252-4737 ou
www.biodome.qc.ca.
11:00
Escritores, escultores e pintores, que ocuparam o Le Plateau Mont Royal, na década de 70, deixaram a criatividade impressa na região: cafés que mais se parecem com butiques e belas livrarias estão espalhadas pela vizinhança. Outro atrativo são as casas enfileiradas (foto 2) lado a lado e com a mesma arquitetura – todas com três andares e escadas externas. Entre 1880 a 1920, a igreja católica dava incentivos financeiros a quem tinha mais de 21 filhos, por isso as famílias eram imensas e as casas precisavam ser grandes, com entradas independentes.
12:00
Com mais de 6 mil restaurantes à disposição, é provável que depois de uma visita à Montreal você tenha dificuldade para subir o zíper das calças. Lá se come muito, o tempo todo e muito bem. Até por conta da presença forte de imigrantes, opções de gastronomia não faltam. Mas, se a ideia é comer algo bem típico, não deixe de experimentar os sanduíches feitos com o famoso Bagel (foto 3). Em formato de donuts (rosquinhas), mas com textura e sabor de um pão refinado, a delícia é feita com uma massa que tem um leve toque de mel. No St.Viateur Bagel, é possível pedir os mais variados sanduíches com o quitute. O mais tradicional (CA$ 8,95) é de salmão, queijo, tomate e cebola. Pode acompanhar sopa ou saladas.
Serviço:
St.Viateur Bagel. 263, St. Viateur ouest, H2V 1Y1. Informações: (514) 276-8044 ou www.stviateurbagel.com.
13:00
Uma boa forma de fazer a digestão é dar uma volta no Velho Montreal. O bairro, que há 20 anos era o point de estudantes que queriam alugar imóveis baratos, virou a área mais nobre da cidade. O canadense Bard Nordby, que aconpamnhou nosso grupo no tour, conta que chegou a pagar CA$ 350 dólares para morar nos belos prédios da região e acha graça em pensar que hoje o mesmo “apê”custa CA$ 2.500 por mês. Lá está o antigo mercado de Montreal, que hoje é um centro de compras de grifes: Bonsecours market. Como um castelo, a edificação é lindíssima e rende ótimas fotos. Outro prédio que merece ser apreciado, que fica pertinho dali no bairro Internacional, é o do Centro de Convenções (foto 4). Feito com vidros coloridos, o lugar só precisa de um raio de sol para ser um show à parte.
Serviço:
Centro de Convenções. 1001 Place Jean-Paul-Riopelle, QC H2Z 1H5, Quartier international de Montreal.
14:00
Ainda no mesmo bairro, vale fazer uma visita ao Museu de Arqueologia e História para conhecer a origem da cidade e até entender melhor a multiculturalidade de Montreal. O lugar faz os visitantes embarcarem em uma verdadeira viagem ao passado, lá nos idos de 1861. Mas não pense nisso sendo feito em um “blá, blá, blá” sem fim, como uma aula enfadonha de história. Nada disso. Vídeos interativos, jograis de áudios e outros efeitos especiais fazem do passeio bem divertido.
Serviço:
Museu de Arqueologia e História. 350 Place Royale, esquina de la Commune, na Velha Montreal. Entrada a CA$14 adulto. De terça a sexta-feira, das 10h às 17h; sábado e domingo das 11h às 17h. Outras informações: (514) 872-9150.
15:00
Imponente e belíssima, a basílica de Notre Dame (1829) (foto 5) chama a atenção de qualquer um que passa na rua. Se a estrutura externa já faz com que uma porção de turístas façam filas para fotos, o interior deixa os visitantes ainda mais perplexos. O teto todo coberto de ouro e os vitrais que retratam momentos importantes da história da cidade são alguns dos destaques.
Serviço:
Basílica de Notre Dame. 110 Notre-Dame Street West. Entrada CA$ 5.
16:00
Falar em compras é falar em Saint Catherine (foto 6). Passeando pelas mais de 1.200 lojas dos 15 km dessa rua do centro da cidade, dá para se sentir
em Nova York. Por lá estão várias marcas que os olhos consumistas logo reconhecem: Zara, Tommy, Lacoste, entre outras. Obviamente, as peças das grifes são menos caras que no Brasil, mas não chegam a ser baratas. Para ter deliciosos momentos de compras, sem estourar o cartão de crédito, vá aonde estão os nativos. Entre as lojas preferidas dos montrealenses está a Simons e a H&M, que sempre oferecem promoções. Há ainda butiques mais sofisticadas na Sherbrooke Street. Só não se esqueça que, fora o preço da etiqueta, paga-se 15% de taxa em qualquer item comprado.
17:00
Em menos de meia hora de passeio pela cidade subterrânea (foto 7) é possível esquecer que se tem uma cidade inteira sobre a cabeça. Com vida própria, a “underground city” de 44 km possui 1.700 lojas, 200 restaurantes, 40 cinemas, bancos, clínicas médicas, e tudo mais que alguém possa precisar para viver – incluindo uma pista de patinação para o lazer. Lá, vale dar uma paradinha para comer o croissant de chocolate na Premiere Moisson. Para compras, a Stitches é o melhor dos achados. Lá, dá para encontrar jaquetas a CA$ 10. Para continuar o passeio, pegue o metrô e dê um giro pela cidade. O passe para o dia inteiro, sem limite de uso, custa CA$ 8, ou é possível comprar o passe único por CA$ 3.
Serviço:
Premiere Moisson. 895, La Gauchetiere Rue W. (514) 393-1247 ou www.premieremoisson.com. Stitches. 705, embaixo da Ste. Catherine. (514) 282-0642 ou www.stitchesonline.com.
19:00
Com tanta coisa para aproveitar na cidade, não se esqueça de reservar um tempinho para curtir a neve em si. Uma ótima maneira de fazer isso é praticando esqui ou snowshoes no Mount Royal Park (foto 8). A atividade, realizada à noite, é feita com sapato especial, que deve ser colocado embaixo da bota de inverno. Com pequenas lanternas e algumas orientações, embrenha-se na floresta. Depois de descer e subir algumas trilhas, apreciando os belos pinos com as copas cheias de neve, os aventureiros são convidados a tomar um vinho quente (igual a um quentão) para repor as energias. A atividade custa CA$ 15 (1 hora). Aos sábados à tarde, há passeios direcionados para famílias e paga-se só CA$ 20 pelo grupo.
Serviço:
Mount Royal Park. 540, Duluth Avenue East, (514) 842-4443.
21:00
A primeira impressão que se tem ao sair à noite em Montreal é que não há vida noturna. Por causa do frio, as ruas ficam vazias, mas basta abrir a porta de um dos muitos bares da cidade para achar os boêmios. Os lugares, que estão sempre lotados de gente bonita e interessante, são uma mistura de restaurante com balada. O L’Assomoir entra bem nesse clima. A refeição é levada a sério: entrada com chips de bananas (foto 9), salada de camarões e uma travessa com mais de quatro tipos de carnes (combinação que sai a CA$ 50 por pessoa) faz qualquer um crer que está num restaurante. Mas o DJ no fundo, remixando e agitando a galera dá a certeza de que você caiu em uma noitada.
Serviço:
L’Assomoir. 211, Notre Dame Street West. Placed’Armes, Montreal. Informações: (514) 272-0777 ou www.assommoir.ca.
00:00
Para curtir a madrugada dê uma olhada na programação de festivais. No começo do ano, o mais famoso é o Igloofest, que acontece no Old Montreal. Quando for voltar ao hotel, aproveite para fazer um tour noturno a pé. Montreal é considerada uma das cidades mais seguras do continente americano, com baixíssima taxa de criminalidade (não chega a 1 % ou 94 assassinatos por ano). O prédio verde onde hoje funciona a central de polícia da cidade (perto da Ponte Cartier) era para ser uma prisão, mas foi desativada por falta de presos.
Olá Rafa,
ReplyDeleteEstava mostrando para minha esposa o seu roteiro e senti falta das fotos que você faz referencia (ex: foto 2: bagel). Você colocou as fotos em outro lugar? Abs. e parabens pelo roteiro.
Abs.
Alexandre
Oi Alexandre, realmente ficaram faltando as fotos. Você pode encontra-las na reportagem original: http://www.gazetadopovo.com.br/turismo/conteudo.phtml?tl=1&id=1095249&tit=24-horas-na-europeia-ilha-do-Canada
ReplyDeleteAbraços,
Rafael
Obrigado, Rafa!
ReplyDeleteAbs.
Alexandre